Oculares
Acessório responsável pela formação final
da imagem do telescópio. Este componente funciona como uma lupa,
ampliando a imagem formada pela objetiva do instrumento. Um telescópio
pode ter várias oculares com distâncias focais diferentes,
funcionando assim com diversos aumentos.
Quanto ao tipo de óptica encontramos oculares simples (cromáticas) que apresentam imagens regulares ou oculares mais sofisticadas que fornecem imagens de ótima qualidade, com grandes campos de visão e grande correção da aberração cromática.
Este tipo de ocular é constituída de lentes feitas com vidros de grande qualidade, vidros de densidades diferentes para a correção da aberração cromática e camada de fluoreto de magnésio (Coated) em cada superfície para diminuir a perda de luz por reflexão.
Tipos de oculares
Ocular kellner - formada por 3 lentes, um dubleto acromático (duas lentes) e uma lente simples.
Oferece boas imagens e boa correção da aberração cromática. A Kellner possui campo visual aparente de 45°.
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Ocular Ortoscópica - formada por 4 lentes, um tripleto (3 lentes) e uma lente simples.
Apresenta boas imagens com maior correção da aberração cromática devido ao tripleto. Campo visual aparente de 45°.
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Ocular Plossl - considerada por muitos a mais popular entre todas as oculares. Constituída por 4 lentes (dois dubletos acromáticos) essa ocular oferece ótimas imagens.
Campo visual aparente de 50°.
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Ocular Erfle - ocular de óptica mais complexa formada por 5 ou 6 lentes.
Apresenta um campo visual que varia de 60 a 70° ideal para observação de objetos mais extensos como aglomerados estelares e etc.
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Ocular Wide-Field - considerada a ocular mais sofisticada
formada por até oito lentes. Este tipo de óptica proporciona
imagens excelentes com correção de todas as aberrações. Campo visual de até 85°.
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O físico Cristiaan Huygens criou uma ocular conhecida atualmente como ocular Huygens.
A ocular é formada por 2 lentes (biconvexas).
Como o foco da ocular ocorre entre as lentes isso dificulta a adaptação de retículos.
A óptica funciona melhor em lunetas ou telescópios com razão focal 10 ou superior. O campo visual é em torno de 30 graus.
O físico inglês Jesse Ramsden (1735-1800) desenvolveu uma ocular semelhante a Huygens. Formada também por 2 lentes, na Ramsden é possível colocar retículos, pois o foco ocorre
antes da lente de campo. Ao contrário da Huygens, a óptica Ramsden funciona bem em telescópios com razão focal inferior a F/D10,
com bom desempenho em telescópios com razão focal 8 e 7. O campo visual é de 33 graus.
Karl Kellner criou uma ocular conhecida como Kellner. Essa ocular possui 3 lentes. A lente de olho é um dubleto acromático e a lente de campo é simples. O dubleto proporciona maior correção da aberração cromática e um campo visual maior. Essa óptica trabalha muito bem em telescópios com razão focal 6 e 7
e o campo visual é entre 40 e 45 graus.
Podemos considerar a óptica Plossl como uma evolução da Kellner. A ocular Plossl é formada por 2 dubletos acromáticos e com isso a correção da imagem é ainda maior. A distorção provocada por essa óptica é bem menor se comparada com oculares mais simples. Com isso a ocular Plossl consegue atingir um campo visual da ordem de 50 graus. O mesmo ocorre com a óptica Ortoscópica. Essa óptica também é formada por 4 lentes. O tripleto acromático confere
boa correção das distorções e da aberração cromática.
As oculares "Wide Field", ou de amplo campo, são as mais sofisticadas e que apresentam
as melhores imagens. A óptica Erfle possui entre 5 e 6 lentes e essa ocular possui um campo visual da ordem de 65 graus.
O fabricante TeleVue possui uma linha de oculares chamada "Nagler". Algumas oculares apresentam até 8 lentes e com campo visual de até 85 graus. As oculares Wide Field são excelentes na observação de objetos extensos como aglomerados, nebulosas
e galáxias.
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Oculares de grande campo (Wide-Field) de distâncias focais variadas.
Lente Barlow
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Prisma Zenital
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A barlow possui a característica de aumentar
a distância focal de um telescópio. O acessório é formado por uma
lente divergente (cromática, acromática ou apocromática) que permite
multiplicar de duas a três vezes a distância focal de um telescópio.
Assim um instrumento de possui 1 metro de distância focal passará
para 3 metros com a utilização de uma barlow
de 3 vezes. A Barlow é colocada primeiramente no focalizador
do telescópio e a ocular é fixada na outra extremidade. A lente barlow cromática (formada por uma lente) fornece imagens
de baixa qualidade devido a aberração cromática, enquanto que as acromáticas
e apocromáticas fornecem imagens de grande definição. A barlow apresenta melhor desempenho em telescópios de distância focal pequena
ou média como é o caso dos Newtonianos. Nos Cassegrains, Gregorianos
e lunetas o uso desse acessório não é recomendado, pois estes
já apresentam distâncias focais grandes.
Barlow apocromática TeleVue.
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Este acessório é formado por um prisma de vidro ou um espelho plano que reflete os raios luminosos para uma outra direção.
Este prisma é muito eficaz na observação de objetos localizados nas proximidades do zênite (região mais alta do céu).
Nesses casos, telescópios como Cassegrains, Gregorianos e lunetas (telescópios refratores) que não apresentam o prisma obrigam o observador a permanecer em uma posição muito desconfortável para a visão direta.
Assim como a barlow, o prisma zenital é introduzido primeiramente no focalizador e a ocular logo em seguida no bocal do prisma.
Os prismas compostos por espelhos são de melhor qualidade se comparados com os que usam o prisma de vidro propriamente dito. Assim como as oculares e barlows, existem prismas nos padrões de 24.5 mm (padrão japonês), 32 mm (ou 1.25" - padrão americano) e prismas de 2 polegadas.
Prisma de vidro (esquerda) e de espelho a direita.
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O focalizador é um acessório mecânico. Também conhecido como porta ocular é o responsável pela sustentação da ocular e focalização
da imagem.
Esta peça é formada por dois tubos: um fixo ao tubo do
telescópio por meio de parafusos e outro que desliza suavemente no
interior do primeiro. Em alguns modelos existem até micro rolamentos para tornar o movimento ainda mais suave.
Nos focalizadores mais simples o ajuste de foco é feito manualmente direto no tubo deslizante e por este motivo este focalizador é conhecido como focalizador deslizante.
Nos focalizadores mais sofisticados temos uma cremalheira com engrenagem e a focalização da imagem é feita por meio de um eixo que quando acionado, pelo usuário, faz com que o tubo móvel realize um movimento para cima ou para baixo.
Este movimento pode ser feito também usando um pequeno motor. Neste último tubo (o móvel) colocamos a ocular, prisma e outros acessórios.
Os focalizadores também apresentam padrões de encaixes variados para sustentar diversos acessórios de medidas diferentes.
Focalizadores da marca Orion. A esquerda modelo de 2 polegadas.
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Como os telescópios trabalham com grandes aumentos e com campos visuais pequenos, em muitos casos a localização dos objetos se torna um pouco difícil. Para resolver este problema usamos uma pequena luneta colocada paralelamente ao tubo do telescópio, este acessório é o buscador. O buscador fornece pouca ampliação (em média 5X) e com isso o campo visual é muito grande tornando mais fácil a localização dos objetos. A sua ocular possui um retículo que serve como uma mira. A luneta buscadora é sustentada por um suporte com três ou seis parafusos em 120° . Estes parafusos são os responsáveis pelo alinhamento do eixo óptico do buscador com o eixo óptico do telescópio. Além dos buscadores do tipo lunetas existem miras que não trabalham com lentes. Este é o caso buscador Telrad que possui um retículo formado por três anéis luminosos. Este retículo é refletido em uma pequena placa de vidro onde aproximamos o olho no momento da observação. Como não é formado por componentes ópticos (lentes) o Telrad não apresenta nenhum aumento.
Buscador convencional. A direita buscador Telrad.
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Os filtros são pequenos discos de vidro colocados na extremidade inferior interna das oculares. Os filtros coloridos são usados para a observação de planetas. Estas diferentes cores permitem uma observação mais fácil de detalhes em suas superfícies.
Existem ainda filtros para a observação de objetos difusos como nebulosas e galáxias.
Os filtros para poluição luminosa são muito úteis para quem vive nas grandes cidades. Estes filtros barram a iluminação artificial deixando os astros mais nítidos.
No caso da Lua temos filtros usados para observação da Lua na fase cheia. Estes filtros deixam o astro mais escuro e com isso é possível notar com maior facilidade os detalhes em sua superfície. Temos também os filtros solares usados para observação do Sol. O mais seguro é um tipo de filtro colocado na frente da objetiva do telescópio. Os filtros solares para oculares são muito perigosos, pois se o filtro quebrar (devido a elevação de temperatura) pode provocar cegueira.
Diversos tipos de filtros para finalidades diferentes.
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Alguns fabricantes de telescópios fornecem montagens equatoriais sem o motor. O motor é muito útil em uma montagem equatorial, pois o telescópio realiza um movimento mais preciso e essencial em fotografias astronômicas. Um exemplo é a montagem equatorial EQ-2 da Orion. O motor com o dispositivo de controle é vendido separadamente, como um acessório opcional. Sistemas mais complexos, como o GoTo, também são fornecidos por algumas empresas. Este sistema possui 2 motores (um para o eixo de ascensão reta e o outro para o de declinação) e um pequeno computador de mão. No banco de dados do computador existem as coordenadas de milhares de objetos celestes.
Basta escolher o objeto que o sistema aponta o telescópio automaticamente para o astro escolhido. Após encontrar o objeto o computador aciona o modo de acompanhamento. Alguns telescópios são vendidos com este sistema, como é o caso dos telescópios tipo Schmidt Cassegrain da Meade e Celestron.
Sistema de motor fabricado pela empresa Orion.
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O CCD é um equipamento
eletrônico usado para registrar imagens com o telescópio e o aparelho possui um chip de alta resolução e de grande sensibilidade luminosa.
O CCD é acoplado diretamente no focalizador do telescópio e a imagem é projetada diretamente no chip do aparelho.
O aparelho é conectado ao computador (por meio de um cabo) onde podemos visualizar a imagem, editar a foto usando um software e etc.
Uma WebCam também pode ser usada para a mesma tarefa. Há no mercado WebCams de boa qualidade com Chip CCD e basta fazer algumas alterações para usar esse equipamento para fotografia astronômica.
Mais informações nesse
link.
CCD Celestron com cabos e CD com software.
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Além de todos os acessórios citados,
encontramos diversos para as mais variadas funções. Como exemplo temos
maletas e cases para guardar os acessórios (oculares, barlow, filtros e etc),
adaptadores para acessórios de encaixe diferentes (como os adaptadores
1.25 para 2"), capas para proteção de telescópios, suportes / bases opcionais para
buscadores, cabos variados para CCD, kits para limpeza da óptica,
softwares de
astronomia e etc.
Base para dois buscadores da marca Orion.
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