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A poluição luminosa é o tipo de poluição provocada pelo excesso luz artificial
criada pelo homem e podemos considerar como um efeito colateral da
industrialização.
A poluição luminosa pode interferir nos ecossistemas e até mesmo provocar efeitos negativos à saúde. No caso da astronomia, esse excesso de luz ilumina a atmosfera, principalmente das grandes cidades, reduzindo a visibilidade dos
objetos celestes.
O céu mais claro acaba ofuscando os objetos de mais
fraco brilho e com isso a observação astronômica é
muito prejudicada. Esse efeito é mais intenso com
objetos de mais fraco brilho e objetos difusos como
nebulosas e galáxias.
A fonte de toda essa poluição são as luzes internas e externas de residências, anúncios publicitários,
toda iluminação viária, sinalização de aeroportos e etc.
A poluição luminosa é mais intensa em áreas densamente povoadas e com maior industrialização.
Como exemplo, podemos citar a América do Norte, Europa Ocidental e Japão.
A imagem ao lado, obtida pela Nasa, é um bom exemplo e mostra a Itália
vista do espaço. Vemos claramente o claramente o contorno do
país
e as áreas mais povoadas.
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O vídeo abaixo produzido pela Nasa, a bordo da estação espacial, mostra várias regiões da Terra durante a noite.
Vemos claramente a iluminação artificial, principalmente dos países mais desenvolvidos e das grandes cidades.
A Terra vista do espaço e a poluição luminosa.
Níveis de poluição luminosa
A poluição luminosa varia de acordo com a quantidade e intensidade da iluminação artificial.
Nas grandes cidades o efeito da poluição luminosa é mais grave, pois há uma quantidade bem maior de luz.
Portanto, quando maior a cidade, maior será a poluição luminosa e pior a qualidade do céu para a observação astronômica.
As imagens abaixo mostram o aspecto do céu para cada nível de poluição
luminosa.
Aspecto do céu com diferentes níveis de poluição luminosa.
A imagem 1 mostra o céu totalmente escuro e sem poluição luminosa.
Dessa forma é possível observar facilmente estrelas de fraco brilho (magnitude 5 e 6) e objetos difusos como a Via Láctea.
Na imagem 2 temos o aspecto do céu com pouca poluição luminosa (zona rural).
Nesse caso o céu é um pouco claro próximo do horizonte, mas ainda
conseguimos ver facilmente estrelas de fraco brilho e objetos difusos.
Já a imagem 3 mostra o céu com poluição luminosa mais intensa (pequena cidade ou periferia de grande cidade).
O céu já é mais claro acima do horizonte dificultando a observação de objetos mais fracos.
O efeito da poluição luminosa é menor quando o objeto está mais elevado no céu e somente assim é possível ver com maior facilidade os objetos mais fracos.
Finalmente, na imagem 4, temos o céu de pior qualidade com muita poluição luminosa (cidade grande).
O céu é muito claro, com uma tonalidade azulada e vemos apenas os objetos mais brilhantes.
Reduzindo a poluição luminosa
Há algumas soluções para
reduzir a poluição luminosa.
Logicamente não é possível eliminar todas as luzes das cidades por motivos óbvios (segurança, locomoção e etc), mas é possível aproveitar de forma mais eficaz a luz produzida pelas luminárias e demais formas de iluminação pública.
Na maioria dos casos essas luminárias espalham a luz para o lado e para cima, ou seja, não
direcionam a luz para baixo. A substituição de
lâmpadas de mercúrio por lâmpadas de sódio também
ajuda a diminuir a poluição luminosa.
Aspecto do céu com o uso de lâmpadas diferentes e luminária mais eficiente.
A imagem 1 mostra o céu muito claro e com muita poluição luminosa devido a lâmpada de mercúrio que produz uma luz branca e ofuscante.
Há ainda o problema da luminária que espalha muito a luz.
Na imagem 2 temos situação inversa com menor nível de poluição luminosa.
A lâmpada de sódio produz uma luz amarela e menos ofuscante. E com uma luminária mais eficiente, que concentra a luz para baixo, o resultado é o céu mais escuro.
A poluição luminosa e os observatórios
A poluição luminosa é um problema crescente para observatórios em todos os lugares do mundo. Citamos como exemplo o observatório de Monte Palomar com seu famoso telescópio de
Hale 5 metros de diâmetro.
Quando teve início sua construção, por volta da década de 1930, uma das principais razões para a escolha do local (Monte Palomar) foi justamente a localização que permita a observação das galáxias
de fraco brilho sem a interferência das luzes da cidade.
A partir da década de 30, a rápida urbanização do sul da Califórnia resultou em um aumento significativo na quantidade de luz e isso teve impacto direto no observatório prejudicando a pesquisa astronômica.
A fotografia abaixo mostra um panorama parcial do sudoeste (à esquerda da foto), passando pelo norte (no centro a cúpula do telescópio Hale) até o nordeste (à direita da foto).
Na imagem vemos o céu claro devido as luzes das cidades de San Diego (à esquerda), Riverside (centro), e Palm Springs (à direita). A imagem foi registrada no ano de 2005.
Foto do observatório de Monte Palomar com a interferência das luzes das cidades.
Desde o ano de 1980 o observatório de Monte Palomar tem trabalhado de forma contínua com as cidades próximas para minimizar o impacto da poluição luminosa.
Com o apoio da comunidade, e principalmente dos governos locais, o observatório de Monte Palomar continua realizando pesquisas com seu telescópio de 5 metros e com outros telescópios que compõem esse importante observatório.
Imagem do Observatório de Monte Palomar e o telescópio Hale de 5 m.
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